domingo, junho 18, 2006

Mensagem _ Arqtª Helena Roseta

"Desde 2001, 3.500 novos membros ( 26% do total da classe ) entraram na Ordem. Mas muita coisa mudou desde que foi aprovado o RIA. Os processos de reconhecimento e acreditação de cursos levados a cabo permitiram subir o nível de exigência curricular, mas não se traduziram numa sistemática inclusão dos cursos portugueses na lista anexa à Directiva Arquitectos.
E geraram uma situação de desigualdade muito contestada entre licenciados de cursos reconhecidos ou acreditados, a que queremos pôr termo.
O processo de Bolonha, o reconhecimento de que cabe ao Governo dar cumprimento à Directiva Arquitectos e o objectivo de criar um sistema nacional de avaliação dos diplomas de ensino superior determinam um quadro que nos permite encarar a revisão do Regulamento de Admissão como uma verdadeira reforma e não como um simples somatório de ajustamentos.
A partir do momento em que o Estado português assume as suas obrigações na regulação do ensino superior em Portugal, cremos que a Ordem deverá concentrar-se no que só a ela compete – ou seja, no apoio à qualificação dos membros e candidatos a membros – desinvestindo no desempenho de tarefas supletivas que devem caber ao Estado e às Universidades, como sejam a avaliação de cursos e a verificação dos conhecimentos académicos detidos pelos licenciados.
É pois chegado o momento de definirmos um processo de admissão centrado num objectivo principal: preparar os recém-licenciados para a entrada na vida profissional.
O ante-projecto de Regulamento que publicamos nesta edição é apenas um contributo para esse debate. Mas creio que, depois de todas as audiências e reuniões que realizámos, podemos ir mais longe.
A alternativa ao modelo de admissão que prescinde da realização de uma prova de aptidão profissional deve ser tida em conta.
O que queremos afinal da Ordem: que avalie os conhecimentos já adquiridos pelos candidatos ou que se dedique sobretudo a prepará-los, através de um bom acompanhamento no estágio e de acções de formação adequadas, para se iniciarem numa actividade profissional tão rica e exigente como pode ser a arquitectura?
É esta a alternativa que queremos colocar em debate.
A escolha final será dos órgãos próprios da Ordem. Da discussão, sem dogmas nem preconceitos, surgirá, estou certa disso, a melhor solução.
Helena Roseta"

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